segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Atualizações pós férias

Obrigada a todos que comentaram no post anterior sobre o meu desanimo em criar novas postagens. Já estou com várias ideias para novos posts, pelo menos até o fim do ano acho que a atualização do blog está garantida! Daí em 2017 faço novo post pedindo mais dicas. haha

Como eu expliquei pra Jacqueline no outro post, eu não escrevo sobre outras áreas profissionais porque realmente não conheço muito sobre outras áreas, e se tem uma coisa que eu detesto é passar info errada ou na base do achismo, por isso nunca escrevi sobre outras profissões. Postei num grupo que participo no facebook pedindo relato de outras meninas em áreas diversas para que eu possa publicar como guest post, mas só uma me mandou um email.  :(

Como eu já trabalhei de garçonete e babá no ano que cheguei aqui, vou fazer um post sobre as minhas impressões dessas áreas pra quem tá chegando em down under. Vou fazer também um post sobre se tenho faxineira e babá em casa. Vou também fazer um post sobre os outros assuntos que me sugeriram nos comentários do post anterior. Aliás vou tentar fazer tudo hoje e já deixar agendado pra postar senão vou esquecer (impressionante como depois de ter filho minha memória foi pras cucuias…).

Mas hoje vou começar contando como foi o nosso retorno pra Austrália depois de 5 semanas de férias. 

Primeiro queria traçar um paralelo com a viagem que fizemos ano passado pro Brasil, quando o Lucas tinha 5 meses. Aproveitando o finzinho da minha licença maternidade, fiquei 6 semanas no Brasil com o Lucas entre o meio de abril e o início de junho, e o Thiago foi nos encontrar por algumas semanas também. O Lucas ainda era bem pequeno pra aproveitar e interagir com as pessoas, e eu ainda amamentava então não consegui ter muito tempo sozinha deixando ele com a família de babá. Naquela viagem o Lucas foi uma tranquilidade no voo (claro, ele não se locomovia ainda e qualquer brinquedinho bobo o mantinha ocupado), mas o jet lag foi punk! Como ele ainda era muito pequeno, ele trocou o dia pela noite por 1 semana (na ida e na volta) e eu não conseguia dormir de dia porque queria aproveitar com a família, e a noite não conseguia dormir porque o Lucas estava a corda toda. Sério, foi desesperador! Passado o jet lag aproveitamos muito com a família, o clima no Rio estava um espetáculo (amo o inverno carioca de sol e calor ameno) e logo estava na hora de regressarmos pra casa. No retorno, mais uma semana de jet lag dos infernos e pra piorar chegamos em Sydney no início de junho, em pleno inverno rigoroso, eu retornando ao trabalho e com o Lucas começando na creche nova, e consequentemente ficando doente sem parar. Foi trevas! Se tem uma coisa que eu não faço é romantizar a maternidade, e vou te dizer, o segundo semestre de 2015 foi absolutamente horroroso. Foram 4 meses do Lucas e eu doentes praticamente toda semana (até hoje eu pego todos os germes que ele traz da creche, oh sina!), o Lucas precocemente começando a andar (a criança simplesmente não engatinhou, com 7-8 meses já “andava” se segurando nos móveis e com 10 meses andava de forma independente) e com isso todo um estresse porque ele não parava quieto e caía horrores, tudo isso no auge do inverno que sempre me deixa meio depressiva. Quis voltar pro Brasil mil vezes!

Depois as coisas se acalmaram e chegou a hora da nossa viagem desse ano. Uma grande amiga casou em Londres então resolvemos fazer a loucura de passar 1 semana em Londres, 4 dias em Paris e 2 semanas e meia no Rio. Em 5 semanas foram 3 continentes, 65 horas de voo, 5 horas de trem, 3 fuso horários e uma criança hiper ativa. Os ingredientes pra um completo desastre, né? haha

Bom, o jet lag foi infinitamente melhor, porque agora maior o Lucas entrou meio que no mesmo esquema nosso: dormindo cedo e acordando de madrugada. Mas isso foi ok porque nós também estávamos desregulados. Fora que agora que ele dorme 9-10 horas seguidas a noite, ainda conseguíamos ter tempo pra gente.

Já os voos, ah, os voos… Nem vou falar muito pra não desestimular quem quer viajar com criança pequena. Fora que cada criança é diferente e eu conheço vários pais que dizem não ter trabalho algum. Bom, provavelmente esses pais não tem o furacão que eu tenho em casa. haha Digamos apenas que de 65 horas de voo nós tivemos umas 20 absolutamente infernais do tipo: “ABRE ESSA PORTA DE EMERGÊNCIA E DEIXA EU PULAR AGORA!” Mas pensando pelo lado positivo pelo menos 2/3 dos voos foi tranquilo (tá, digamos que 1/3 foi tranquilo e o outro 1/3 tolerável).

Sobrevivemos pra contar história e apesar do Thiago ter ficado meio traumatizado (haha) eu encararia de novo numa boa (sim, sou masoquista). A estadia no Rio esse ano foi ainda mais especial porque o Lucas já estava com 1 ano e 10 meses, começando a falar, mais independente e interagindo com o primo (que é apenas 6 meses mais velho). Foram dias de muita felicidade e merecido descanso pra mim e Thiago, com a família tomando conta da nossa ferinha por dias inteiros pra nos dar uma folga.

Daí chegou a hora de voltar… Eu estava meio apreensiva já lembrando a depressão básica que deu no retorno da viagem ano passado. Mas esse ano foi muito diferente! Primeiro que chegamos aqui em outubro, se não no calor pelo menos com um friozinho mais ameno. Segundo porque estávamos morrendo de saudade da nossa casa e do nosso estilo de vida aqui! Se por um lado com o Lucas maior ele aproveitou mais a família e deu um aperto do coração ter que nos separar de novo, por outro foi muito complicado andar pelo Rio com o Lucas. Se a violência já me incomodava há 5 anos quando eu morava lá, atualmente está insuportável. Fora a instabilidade económica, o jeitinho brasileiro que me irrita, o machismo em níveis estratosféricos, etc. Não tem a mais remota possibilidade de eu cogitar voltar pro Brasil. Por mais que metade do meu coração fique lá, e eu morra de tristeza de ver o Lucas crescer sem a presença da família, mas a qualidade de vida que temos aqui me fazem ter a certeza de que a Austrália é minha nova casa.

Criar um filho longe da família é um desafio e não vou mentir: faz muita falta! Faz falta quando ficamos doentes, quando precisamos de um tempinho como casal, quando estamos estressados e tudo que queremos é um almoço de domingo rodeado de “problemas” familiares pra tirar o foco dos nossos. Faz falta nos aniversários e nos bons momentos quando muitas vezes temos que esperar 12 horas pra contar uma novidade pra família e amigos próximos por causa do fuso. Mas isso tudo vem junto com o pacote de um expatriado. Agora, sabe qual o lado bom? (fora a qualidade de vida que tanto já falei aqui no blog) Fizemos uma nova família aqui! Temos amigos tão, mas tão maravilhosos que preenchem esse buraco no nosso coração. Amigos com quem podemos contar nos momentos difíceis, um grande grupo de famílias com crianças pequenas que formam a nossa “aldeia” e nos ajudam a criar o Lucas. Arrisco dizer que nosso grupo de mães/pais é muito maior e unido do que seria no Brasil. Todos que conheço por lá tem, claro, amigos com filhos, mas não se vêem com a frequência que nos vemos aqui. Claro que ajuda o fato de a maioria das mães aqui não trabalharem integral e todas precisarem de companhia (leia-se ajuda) pra entreter os filhos durante a semana porque senão a gente pira ficando 24horas com essas crianças hiperativas desafiadoras! haha Sabe aquele ditado: “é preciso uma aldeia pra se criar um filho?” Pois é, a nossa aldeia são os amigos e eu não poderia estar mais feliz com os que fiz em terras australianas.  :)

A Aline me perguntou também como estava o trabalho. Está o mesmo de sempre, ainda estou como paralegal no mesmo escritório de advocacia em que sempre trabalhei aqui. O Thiago na verdade é que teria infos mais interessantes pra passar nesse quesito, já pedi a ele pra escrever textos pro blog, mas tá difícil…

Bom, essas foram as atualizações pós viagem, no próximo post retomo aos assuntos específicos que me sugeriram. Até breve!

6 comentários:

  1. Oi Denise, porque vc não faz uma entrevista com o Turino hehehe, assim vc colhe as informações e ele não tem o trabalho de compilar e escrever o texto.
    Quando eu perguntei sobre outras profissões (me interesso muito pela área de eventos, mas também estou cogitando uma mudança radical pra child care) eu ia te sugerir pra entrevistar pessoas do seu convívio que trabalhem em áreas diferentes. De repente na sua "aldeia" tem um chef de cozinha, um psicologo, sei lá, chutando. Mas claro, entendo que vc não é blogueira de profissão e faz isso de coração para nos ajudar (e ajuda muito, tanto com informação como com esperança).
    beijocas e espero te conhecer em 2018 aí na AUS!!!
    Jacqueline

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    1. Oi Jaqueline. Pois então, eu já tentei, mas as pessoas não me respondem… :(
      Fazer entrevista oral pra eu compilar depois não rola por falta de tempo, mas acho que não custa nada o Sr. Thiago escrever um texto pro blog.
      Eu tenho uma grande amiga que trabalha com childcare, vou pedir a ela um post.
      Com certeza nos conheceremos quando vc vier pra cá!
      Bjs,
      Denise

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  2. Boa tarde! Parabéns pelo blog! Eu me meu marido mudaremos para Melbourne no primeiro trimestre. Ele já validou diploma como engenheiro civil e nosso visto é de residente. Minha formação é na área administrativa. Por favor, poderia indicar o curso que você comentou de linguagem/inglês específico para atuar na área? Pode ser para funções de secretária ou qualquer outra em escritório. Meu inglês é avançado, mas acho que pra trabalhar nessas funções precisaria aprender algo mais específico. Qualquer dica já ajudaria pois estou perdida e não sei em que área devo procurar emprego. Sempre fui empresária ou trabalhei em áreas administrativas e não me importo em trabalhar em outros cargos. Estamos mudando para explorarmos a vida em busca de mais segurança e alegria.
    Agradeço muito por tudo o que você escreve que nos ajudou em cada passo da nossa trajetória e agora finalmente iremos! Felicidades pra você e sua família!

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    1. Oi Ju. Eu não fiz nenhum curso de inglês quando cheguei aqui, só o Skillmax que é um curso que ensina como procurar emprego (http://awaywego-rumoaaustralia.blogspot.com.au/2012/03/skillmax.html).

      Com sua experiência na área administrativa vc tem um leque grande de empregos para tentar, desde aqueles voltados a secretariado, executive assistant, até office manager. Faz uma pesquisa de vagas no site do Seek (www.seek.com.au) e vê os requisitos dessas vagas, daí vc consegue cruzar com a sua experiência e ver no que vc conseguiria atuar aqui. Boa sorte!

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  3. Obrigada!!! Só li agora, porque estava viajando de férias.. Continue postando. por favor! :)

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