terça-feira, 12 de novembro de 2013

Vôos para a Austrália

Acabei de ler um comunicado da Aerolineas Argentinas de que ela vai parar de operar vôos para a Austrália em abril de 2014. Não que eu alguma vez tenha me arriscado a voar de Aerolineas, cuja qualidade deixa muitíssimo a desejar, mas era uma opção bem barata para viajar pra Austrália (minha sogra, p.ex., vira nesse Natal pela Aerolineas pois o preço das demais estava impraticável). Além de que era uma forma de puxar o preço da concorrência (Qantas e Lan, principalmente) para baixo.

Meu receio é que agora fique ainda mais caras as passagens... Eu que queria tanto ir pro Brasil na Copa, já tô perdendo as esperanças, pois me recuso a pagar $3.000 dólares pela passagem nesse período (tenho uma amiga que pagou $3.500, mas eu já vi uma promoção a $2.800). Já estou me conformando em ir depois da Copa, mas mesmo assim tenho dúvidas se conseguirei o mesmo bom preço do ano passado ($1.400).

Não tem nenhum cientista pesquisando a opção de teletransporte não? Tipo Jornada nas Estrelas? haha

Pra quem interessar possa, eu sempre vejo notícias de passagem barata (como a que comprei ano passado) pela página dessa agencia chilena no facebook: https://www.facebook.com/#!/pages/South-America-Travel/154664724566010. Nao cheguei a comprar passagem com eles, mas tem umas promoções interessantes como a mais recente que inclui um pacote de estadia em Buenos Aires:

Buenos Aires City Package 5Days from SYD $1799* MEL $1962* BNE $1966* PER $2386 per person twin share
INCLUDES International flights Ex–Sydney, 4 nights 3-star hotel in downtown Buenos Aires, all transfers, tango show & dinner at Carlos Gardel.
TRAVEL DATES 16 Feb – 31 May & 13 Jul – 14 Nov 14
"


Segue abaixo o comunicado da Aerolineas Argentinas:

Dear Clients,

Aerolineas Argentinas regrets to inform that effective 02nd of April 2014 Aerolineas Argentinas will be terminating the Australian Operations and no longer will be operating flights in/out of Sydney.

Aerolineas Argentinas will offer the following options for passengers holding Aerolineas Argentinas ticket:

1. Passengers holding tickets to / from Australia who have commenced travel before 28FEB14 even with returns after 02APR14:
Aerolineas Argentina will offer ticketed passengers three alternatives:
1) Total Refund for unused coupons, without penalty.
2) Return journeys on Aerolineas Argentinas before 02APR14
3) Involuntary Rerouting (without charging penalty or fare difference) to or from Australia with the following routing and Airlines only:

- Delta (DL) via LAX
- Emirates (EK) via Dubai
- Korean (KE) via Soul & LAX
- United (UA) via LAX
- ETIHAD (EY) via Abu Dhabi

2. Passengers with tickets to / from Australia with a departure date FROM 01MAR14 with returns after 02APR14

Aerolineas Argentinas will offer two alternatives:
1) Full refund of the ticket paid without charging any fees.
2) Passengers return journey on Aerolineas Argentinas must be prior to April 2, 2014
.”

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ser advogado na Austrália (parte III)

Pequeno update nas informações sobre validação do diploma de advogado na Austrália: conversando com uma brasileira advogada (que está fazendo o curso para se tornar agente de imigração, o que em si não tem nada a ver com a validação do diploma de direito), ela me disse que conheceu uma outra brasileira que está fazendo o processo de validação.

Essa brasileira advogada já submeteu o histórico da faculdade para a LAB (Legal Admission Board – mais informações nesse post aqui) e começou a estudar as matérias exigidas (umas 11 ou 12 se não me engano). Diferente do que eu pensava, as matérias para estudar não custam uma fortuna, é algo em torno de $600. Como só é permitido cursar 2 por semestre (e muito dificilmente vc consegue fazer mais do que isso mesmo que quisesse, pois é bem puxado e se for trabalhar fora concomitantemente, é praticamente impossível), fica em torno de $2.400 por ano, o que é um valor bem módico, muito menos do que eu pensava.

Essa mesma fonte também me disse que uma vez que vc começa a estudar essas matérias para validar o diploma, fica bem mais fácil conseguir um emprego na área, como paralegal ou legal assistant, pois vc faz muitos contatos na faculdade.

Me bateu até um pequeno arrependimento de não estar trilhando esse caminho, ainda mais quando começou a trabalhar aqui no meu escritório uma advogada italiana, que fez um MBA em Nova Iorque e trabalha aqui como advogada mesmo sem validar o diploma na Austrália, já que ela só atua como advogada estrangeira.

Mas no fundo sei que tomar esse rumo seria só pelo retorno financeiro, o mesmo que fiz no Brasil e nunca tive coragem de largar. Agora é minha chance de recomeçar e fazer o que realmente gosto. O duro é ter motivação concluir meus novos estudos e recomeçar do zero...

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Civilidade

Nas minhas leituras do curso de community services, uma coisa sempre me chama a atenção: o foco na igualdade e acessibilidade dos serviços a todos, independente de gênero, raça, condição social, religião, etc. Além do enorme senso de civilidade e bem estar social.

Isso é uma coisa que sempre me chamou atenção na Austrália. Não é que não haja preconceito, exclusão, serviços públicos de baixa qualidade, etc, mas esse não é a orientação do governo, e nem publicamente tolerado. A regra geral é a tolerância, a civilidade, o bem estar social se sobrepondo ao individual.

Existem vários centros comunitários nos bairros, as informações sobre eles, sobre serviços disponíveis a um determinado grupo e, conquentemente o acesso de uma forma geral, são publicamente divulgados.

Esse senso de comunidade, que tanto falta no Brasil, aqui se vê em pequenas coisas. Seguem alguns exemplos:

- Ao pegar o trem pra casa, salto na estação de Sutherland, que é uma das mais movimentadas na região sul de Sydney. Em frente a estação tem uma rua pela qual todos os passageiros tem que atravessar. Pois bem, nessa rua não tem sinal de transito, mas sim a placa abaixo, que significa que quando o pedestre se aproxima da faixa os carros tem que obrigatoriamente parar e ceder a vez. Agora imagina isso no horário de pico, onde o movimento de entra e sai da estação é enorme. Resultado: as 6 da tarde forma-se diariamente uma fila quilométrica de carros, que não demoram séculos transpor essa faixa de pedestres e mesmo assim esperam pacientemente. Não se ouve buzina, motorista xingando pedestre, burlando a faixa, nada! Uma paz e civilidade que causam espanto a qualquer brasileiro.

- Ainda no trem, aqui existe uma regra não dita: se vc for embarcar no trem, não pode fazê-lo antes que todos os outros passageiros desembarquem. Agora imagina isso na hora de pico, em que tem as vezes dezenas de pessoas pra desembarcar/embarcar no mesmo vagão. Pensa que dá confusão? Empurra-empurra, briga, gritaria, gente caindo no vão entre o trem e a plataforma (e muitos outros percalços de quem anda de trem/metro em qualquer grande cidade brasileira)? Claro que não! Nem uma única vez vi um acidente no trem causado por empurra-empurra, tampouco me preocupo de estar no meio do vagão e minha estação se aproximando, pois tenho certeza que sempre vou conseguir desembarcar com calma, não importa quão cheio o trem esteja. E isso não significa atraso no trem, muito pelo contrário, acho até que fica mais rápido com toda essa civilidade.

- Tenho recebido recentemente várias cartas-comunicado do governo sobre obras de melhoria que estão sendo feitas no meu bairro. Há algumas semanas foi um comunicado de que a estação de trem estaria passando por obras e ia gerar algum transtorno, como trens substituídos por ônibus no fim de semana. A outra ontem mesmo informando sobre uma obra que seria feita de madrugada para troca do asfalto de uma rua próxima. Em todas as cartas havia uma explicação detalhada do que seria feito, um canal (telefone, email) para reclamações/sugestões e um pedido de desculpas pelo eventual inconveniente.

Eu que sempre fui uma pessoa mega irritada e impaciente, aqui tenho aprendido a exercitar a calma nas pequenas coisas do dia a dia, andando mais devagar, esperando pacientemente na fila, etc. Não que eu não fosse educada no Brasil, muito pelo contrario, sempre me revoltei com a falta de civilidade do brasileiro, mas confesso que no Brasil vivia estressada no dia a dia e irritada com tudo e todos ao meu redor. Aqui sinto muito mais calma e tranqüilidade, o que melhora consideravelmente a qualidade de vida.

Não estou dizendo com isso que a Austrália seja o paraíso, que não hajam problemas, pois sim existem – hoje mesmo estava uma discussão aqui no trabalho sobre a péssima qualidade dos hospitais (se bem que péssima pra eles é paraíso pra nós brasileiros...rs), a falta de empatia de muitos enfermeiros e médicos, as longas esperas por atendimento. A grande diferença é que aqui padecem disso todos igualmente, do pobre ao rico, pois o sistema de saúde é público e igual pra todos.

Também não digo que não existe preconceito, racismo, mas quando há é normalmente velado e indireto, pois não é moral e socialmente aceito discriminar o imigrante. Estou há um tempo pra escrever um post sobre racismo, preconceito ao imigrante, mas fico sempre adiando pois não sinto que tenho material suficiente pra isso, em parte porque nunca me senti discriminada... Quem sabe um dia. :)

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Melbourne Cup

E ontem, como ocorre anualmente, as 3 da tarde de plena terça-feira, a Austrália parou pra assistir a Melbourne Cup.

Pra quem não sabe, trata-se de uma corrida de cavalos que ocorre em Melbourne toda primeira terça-feira de novembro – o que esse ano coincidiu com o meu aniversário. :-O

Segundo o Wikipédia, a primeira corrida ocorreu em 1861 e tinha 3.218 metros, o que foi encurtado em 1972 para os atuais 3.200 metros (exatamente 2 milhas). O prêmio em dinheiro para a corrida de 2011 foi $6.175.000 mais troféus avaliados em $125.000! Os prêmios são distribuídos para os 10 primeiros lugares, sendo que o primeiro lugar ganha o prêmio maior de algo em torno de 3 milhões e meio. Para cada cavalo, o prêmio é distribuído na proporção de 85% para o dono do cavalo, 10% para o treinador e 5% para o jockey (coitado do cavalo que não ganha nada! haha).

Ainda não consigo entender o motivo dessa corrida ser tão popular e literalmente parar o pais. Em alguns lugares (como Melbourne e outras cidades de Victoria) é decretado feriado, no restante das cidades, muitas vezes as empresas pagam festas privadas pros funcionários, ou liberam mais cedo na hora do almoço, ou pelo menos compram alguns quitutes e todos param pra assistir a corrida. No meu escritório, rolou queijos e vinhos e pausa de uns 30 minutos pra acompanhar a corrida em um telão.

Acho que essa popularidade toda tem a ver com o fato dos australianos simplesmente serem doidos por apostas, de todos os tipos. O Slompo contou essa história num ótimo post com fotos das inúmeras salas de caça-níqueis espalhadas pela cidade.

Como era de se esperar, junto com a corrida é feito um bolão de apostas em tudo quanto é lugar, inclusive dentro das empresas. Esse bolão de apostas é chamado de “sweep pools” e cada um compra um tíquete (ou mais) representando um cavalo. Os tíquetes são distribuídos aleatoriamente, por sorteio, e custam o mesmo valor (geralmente entre $1 e $5), então as habilidades pessoais de cada um com as corridas de cavalo não contam. Quando termina a corrida, os prêmios são distribuídos da seguinte forma:

- quem detém o tíquete do cavalo vencedor ganha metade do valor total do bolão, sendo o restante dividido escaladamente entre o detentor do tíquete correspondente ao segundo e terceiro lugar.

- as vezes há mais de um bolão concomitante, no meu escritório por exemplo eram 3, um com tíquetes a $1, outro a $3 e o terceiro a $5. Como são só 10 pessoas no escritório, claro que não cobria todos os cavalos competindo, então um dos sócios comprou todos os tíquetes sobrando. Com isso as chances dele são sempre bem maiores, claro, mas esse ano ele saiu no prejuízo, desembolsou $80 e só ganhou $20.

- há um premio de consolação para o detentor do número do cavalo que chegou em último lugar. Essa pessoa recebe o valor que pagou pelo seu bilhete de volta.

Uma curiosidade: esses bolões são tão populares nos escritórios (os chamados “Office sweeps") que os jornais australianos como o Sydney Morning Herald disponibilizam para impressão instruções e modelos para o bolão.

Esse ano eu participei do bolão, e fui praticamente a única do escritório que não ganhou nem um mísero dólar. Vai ter sorte assim na China! rs

Uma das marcas registradas da Melbourne Cup é o desfile de chapéus que as mulheres exibem. Com vcs, as fotos:












O cavalo vencedor:



A dona do cavalo vencedor: